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Lara Trump, de 41 anos, co-presidente do Comitê Nacional Republicano e possível senadora dos Estados Unidos, foi uma importante figura na campanha de seu sogro, Donald Trump. Mas agora, ela tem um projeto paralelo em andamento: um álbum de música.
Lara Trump gravou material suficiente para um álbum, segundo o produtor musical LJ Fino, que também trabalhou com ela em quatro faixas já lançadas, incluindo a famosa versão de 2023 de I Won’t Back Down, de Tom Petty.
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“Lara está curtindo trabalhar com música há mais de um ano. Nesse período, gravou várias músicas que ainda não foram lançadas”, diz Fino, que também co-produziu um coro com prisioneiros que invadiram o Capitólio, em 6 de janeiro de 2021 e a versão de Donald Trump para o The Star-Spangled Banner, o hino nacional dos EUA. “Ela está empolgada para compartilhá-las com o público, quando o momento certo chegar”. Um porta-voz de Trump não quis comentar.
Fino também se recusou a dar mais detalhes sobre as faixas não lançadas, mas confirmou que ela teve uma colaboração com o rapper franco-marroquino French Montana. “Lara já tinha gravado a música e havia espaço para adicionar um artista de hip-hop ou outro artista nela”, disse Fino à Forbes EUA. “French ouviu a música, gostou e decidiu que seria algo em que ele queria colaborar.”
Montana, cuja música Unforgettable, de 2017, tem 1,8 bilhão de streams no YouTube, postou um vídeo no TikTok em julho, no estúdio com Lara Trump. O publicitário de Montana não respondeu ao pedido de comentário. O movimento vem logo após Lara Trump lançar uma linha de roupas esportivas (“é uma celebração da força, resiliência e patriotismo”) em novembro.
O lançamento musical de Lara será a mais recente tentativa de Fino de alcançar um público “America First”, que ele acredita ter um valor superior a US$ 100 milhões (R$ 570 milhões na cotação atual).
Há muitos músicos pró-Trump, de Lil Wayne a Kid Rock, e uma abundância de fãs de música country, conservadores, mas Fino acredita que ainda há um grande mercado a ser explorado com músicas direcionadas especificamente aos ouvintes conservadores, especialmente fora dos gêneros tradicionalmente associados a esse público. “Eu olho para trás, no meu escritório, e vejo duas placas da Billboard de discos de rap com uma pegada republicana”, diz ele, referindo-se aos álbuns Justice for All e Let’s Go Brandon, do rapper Loza Alexander.
Além do streaming, Fino espera explorar a disposição desse público em pagar por downloads e vinil. Ele também planeja lançar aplicativos móveis específicos para artistas, com o objetivo de vender ingressos, produtos e experiências VIP. Faixas anteriores, lançadas na mesma linha, que também incluem 81 Million Votes, My Ass (uma crítica à contagem de votos do presidente Joe Biden em 2020), de Kari Lake e The Truth Bombers, apareceram nas paradas de vendas digitais da Billboard, uma revista semanal estadunidense especializada em informações sobre a indústria musical.
A RuffNation Entertainment de Chris Schwartz ajudará o First Class Label Group de Fino na fabricação e distribuição do álbum de Lara Trump. Nos anos 1990, Schwartz co-fundou a Ruffhouse Records, que lançou artistas como The Fugees, Lauryn Hill e Cypress Hill, transformando-os em ícones globais.
Schwartz afirma que a mídia física, hoje um segmento maior do que era nos anos 1990, oferece margens de lucro mais altas do que o streaming. A popularidade de Lara Trump entre diferentes grupos políticos e seu grande número de seguidores nas redes sociais a tornam uma artista ideal para essa abordagem, segundo ele.
“Isso pode potencialmente valer centenas de milhões de dólares”, diz Schwartz sobre o mercado. “Eu já fiz isso antes”, acrescenta, referindo-se ao seu sucesso passado em cultivar um mercado lucrativo a partir de um público negligenciado pela indústria musical mainstream.
A maioria dos especialistas da indústria com quem a Forbes conversou reconheceu o potencial do mercado, mas expressou cautela em relação à avaliação de US$ 100 milhões.
“Não há como estimar quanto isso vai valer”, diz Jeffrey Light, advogado especializado no setor musical. O faturamento bruto da música gravada nos Estados Unidos alcançou US$ 17 bilhões (R$ 97 bilhões) em 2023, disse Light. “Eles acham que isso vale 1% de todo o mercado dos Estados Unidos? Eu não sei.”
“É claramente um grande mercado”, diz John Seay, advogado de entretenimento baseado em Atlanta. “Estamos cada vez mais em um mundo onde as pessoas buscam todo tipo de mídia que valida sua perspectiva e certas pessoas se alienam com tipos de música e artistas que expressam suas visões políticas”, afirma. “Essas pessoas podem querer recorrer a algo especificamente feito para elas, que valida suas opiniões. E há muitas delas, como mostrou a recente eleição”.
Essa divisão cultural reflete tendências em outras indústrias que se dividiram ao longo de linhas ideológicas, como as notícias a cabo, as plataformas de mídia social e até os sachês de nicotina. Como Seay observa, as Bíblias com a marca Trump estão à venda para aqueles que querem vivenciar a palavra de Deus de uma perspectiva conservadora.
Uma área em que todos os quatro especialistas foram céticos, no entanto, foi o plano da gravadora de monetizar downloads. O advogado Jeffrey Light diz que o público não está pagando para baixar músicas (na verdade, a taxa de resgate, mesmo para downloads gratuitos, tende a ser inferior a 4%), embora ele reconheça que esse mercado pode ser atípico. Peter Paterno, fundador da gravadora Walt Disney Company, foi mais desdenhoso. “O caipira ainda faz download”, diz ele, “mas isso não vai durar.”
No entanto, mirar nas vendas físicas, com suas margens de lucro mais altas, é considerado uma jogada mais inteligente. “Se eles conseguiram atingir esse público mais velho que está disposto a baixar ou comprar um vinil ou qualquer outra coisa”, diz o advogado de entretenimento Wallace Collins, “isso é o modelo de negócios tradicional da indústria fonográfica, onde a margem de lucro era muito melhor do que no mundo do streaming digital.” Ou “se você tem 10 milhões de pessoas e elas pagam US$ 10 cada uma, sabe, você já está quase lá.”
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