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O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, disse em uma entrevista exibida neste domingo (8) que não tentará substituir o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, ao assumir o cargo em janeiro.
“Não, acho que não. Não estou vendo isso”, disse Trump no programa “Meet the Press with Kristen Welker”, da NBC News, quando perguntado se ele tentaria remover Powell, cujo mandato termina em 2026.
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Trump acrescentou que não achava que Powell, com quem ele já discutiu no passado sobre os níveis das taxas de juros, sairia discretamente. “Acho que se eu dissesse a ele [para ir embora], ele faria isso. Mas se eu perguntasse, ele provavelmente não iria”, disse Trump a Welker.
Trump fez sua campanha com a promessa de reduzir as taxas de hipoteca e outros custos de empréstimos para as famílias dos EUA, aumentando a expectativa de que ele poderia entrar em conflito com Powell — como fez em seu primeiro mandato — sobre a política de taxas de juros.
A promessa de Trump de implementar tarifas generalizadas também poderia complicar os esforços do Fed para manter a inflação sob controle. No mês passado, Powell disse que se recusaria a deixar o cargo mais cedo se Trump tentasse destituí-lo, argumentando que destituí-lo, ou a qualquer outro governador do Fed, antes do final de seus mandatos “não é permitido pela lei”.
Trump nomeou Powell, ex-executivo de private equity e republicano, para a presidência do Fed no início de 2018 para substituir Janet Yellen, que mais tarde se tornou secretária do Tesouro do presidente Joe Biden. Biden reconduziu Powell ao seu mandato atual.
Mas a relação entre Trump e Powell azedou, com Trump atacando frequentemente o Fed e seu chefe durante seu primeiro mandato. Trump chegou a discutir reservadamente uma tentativa de demitir Powell no final de 2018, chateado com a decisão do Fed de aumentar as taxas de juros, e argumentou publicamente contra o aumento das taxas.
Trump também criticou Powell no início de 2020, no começo da pandemia da Covid-19, dizendo que Powell havia tomado várias decisões ruins e argumentando que tinha o direito de demiti-lo.
Os ataques de Trump ao Fed durante seu primeiro mandato romperam com décadas em que os presidentes evitavam críticas diretas ao banco central, que opera com independência legal e está sujeito à supervisão do Congresso.
No início deste ano, Trump disse que sentia que deveria ter influência nas decisões do Fed, uma indicação de seu interesse em interferir na independência da instituição.
Traders esperam que o Fed reduza as taxas de juros em sua próxima reunião de política monetária, nos dias 17 e 18 de dezembro, depois que dados recentes mostraram que o mercado de trabalho dos EUA continua a esfriar.
Uma redução de um quarto de ponto percentual levaria a taxa de política do Fed para a faixa de 4,25% a 4,50%, um ponto percentual abaixo de onde estava em setembro, quando o banco central iniciou seu ciclo de flexibilização.
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